Bloqueio de Donald Trump nas redes sociais gera debate sobre liberdade de expressão
Por SOMOS Educação
No dia em que o Senado fazia a contagem de votos para confirmar a vitória do candidato Joe Biden como presidente dos EUA, apoiadores de Donald Trump, em protesto, invadiram a sede do Congresso norte-americano. No ato, pelo menos 5 pessoas morreram e mais 90 foram presas.
Trump, até então presidente do país, não aceitou a derrota diante da tentativa de reeleição. No Twitter e em outras redes sociais influentes, o político promoveu diversas postagens em apoio aos manifestantes que invadiram o Capitólio dos EUA. Na sequência, pediu que o grupo respeitasse a lei durante a invasão.

Diante do ocorrido, ao menos 12 redes sociais avaliaram a continuidade das publicações do presidente dos EUA (Facebook; Instagram; Twitter; Google; Snapchat; Shopfy; Reddit; Twitch; YouTube; TikTok; Discord e Pinterest). De acordo com as empresas, o acesso de Trump às redes poderia implicar risco de incitação à violência, a discursos de ódio e a atos que desestabilizam a transição pacífica de poder para o presidente eleito Joe Biden, que assumirá o cargo em 20 de janeiro.
O Twitter impôs um bloqueio temporário de 12 horas. Já o Facebook e o Instagram impediram o acesso de Trump até o fim do mandato. O Snapchat suspendeu a conta, mas não definiu um prazo específico. O YouTube removeu vídeos do republicano com informações não comprovadas sobre fraudes nas eleições, embora a conta de Trump permaneça ativa no serviço.
Sobre censura e liberdade de expressão
A suspensão das contas de Trump levantou o debate sobre censura, afinal, seria o banimento uma forma de censurar o presidente, ferindo sua liberdade de expressão?

Nos respectivos termos de uso das principais redes sociais, como o Twitter, Facebook e Instagram, qualquer coisa que apresente risco de segurança para os usuários e para a própria ferramenta são cabíveis de remoção. Isso inclui preconceito, discriminação por gênero, racismo, pornografia infantil, ato de golpe (fraude eletrônica), incitação à violência, entre outros.
No entanto, muita gente considera problemática a forma como ocorreu a suspensão, incluindo a chanceler alemã Angela Merkel. Durante uma entrevista coletiva de rotina realizada em Berlim, o porta-voz da chanceler, Steffen Seibert, se referiu ao banimento do Twitter ao mandatário norte-americano dizendo que “o correto” seria que o Estado, e particularmente o Parlamento, estabelecessem “um marco” para regulamentar o uso das redes sociais, bem como acrescentou que os operadores dessas empresas “têm a grande responsabilidade de garantir que a comunicação política não seja envenenada pelo ódio, a mentira e a incitação à violência”.
Outras figuras públicas também se manifestaram, como o ativista russo Alexei Navalny. Segundo ele, o bloqueio foi “um ato de censura inaceitável”. A medida tem gerado preocupação entre alguns defensores da liberdade de expressão principalmente em países onde ela não é garantida.
REFERÊNCIAS
https://www.poder360.com.br/midia/como-cada-rede-social-esta-restringindo-trump/